Colunistas Fernando Meneguello

Cerâmica aderida em fachada – sistema de revestimento

Cerâmica Aderida em fachada

História

Do grego keramos, cerâmica refere-se à manufatura de objetos em barro com posterior cozimento. Pesquisadores encontraram peças relacionadas à agricultura com origem a 9000 a.c., porém há registros mais antigos do extremo oriente com origem a até 20.000 a.c.

Composta por materiais inorgânicos como quartzos, feldspatos, argilas e areias, a cerâmica acompanha a história das civilizações em todas as sociedades.

No Brasil estudos mostram que o emprego da cerâmica se iniciou na ilha de Marajó com artefatos em barro queimado.

A revolução industrial aliada à grande oferta de matéria-prima em nosso território, popularizou a placa cerâmica como revestimento das edificações.

Hoje há inúmeros produtos cerâmicos para atender a cada uso distinto.

A ANFACER (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica) destaca o Brasil como um dos principais fabricantes mundiais

O Sistema

O uso das placas cerâmicas como revestimento traz grandes vantagens se comparadas ao uso de texturas e pinturas. Facilidade de limpeza, perenidade de cores e infinitas possibilidades de desenhos e acabamentos são algumas destas vantagens.

 

A má execução ou o emprego de produtos de baixa qualidade, vêm manchando a reputação do sistema pela presença de manifestações patológicas frequentes. Destacamento e eflorescência são as manifestações mais comuns do sistema.

Se analisarmos a NBR 13755 podemos observar que, assim como qualquer sistema, toda a cadeia produtos e serviços possuem procedimentos e métodos específicos o qual são muitas vezes negligenciados nas obras e aí mora o principal problema que resulta nas patologias anteriormente citadas.

Importantíssimo ressaltar que o projeto de fachada, assinado por profissional capacitado, é fundamental para as definições mínimas necessárias ao bom desempenho de todo o sistema. É no projeto que se encontra as juntas de dilatação, métodos de aceitação, meios de aplicação, espaçamentos, paginação, citações de normas específicas entre outras informações.

Os profissionais envolvidos devem ser capacitados, orientados segundo as regras de aplicação dos fabricantes envolvidos e a reciclagem do conhecimento ser frequente.

A ABNT possui em seu rol de normas, algumas específicas para o ramo ceramista o qual destaco abaixo, às normas principais para o tema deste artigo:

  • NBR ISO 13006 2022 – Placas cerâmicas — Definições, classificação, características e marcação;
  • NRB 13755 – Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de argamassa colante ― Projeto, execução, inspeção e aceitação ― Procedimento.

Conclusão:

Como engenheiro que já passou por várias obras, sei que os custos pesam fortemente nas decisões da adoção de um sistema ou outro. Presenciei inúmeras vezes o descaso por itens deveras importante ao bom desempenho de sistemas de fachada como a necessidade de um projeto bem feito.

É importante que haja o entendimento de que estamos falando de um sistema de fachada e como tal é composto por vários “elos”. Cada item tem sua importância para o bom desempenho do sistema e não devem ser negligenciados.

Da qualidade dos materiais envolvidos (Cerâmicas, substratos, argamassas e rejuntes) à mão de obra para a aplicação de cada um destes itens, todos devem ser projetados/capacitados, fiscalizados, testados para então serem aceitos.

“Uma corrente é tão forte quanto o mais fraco dos seus elos”

Eng. Fernando Meneguello

             

 

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