C3 Talks

C3 Talks | Adriana Mendes e Caroline Martins – Desafios e oportunidades de D&I no setor construtivo.

C3 Talks – Desafios e oportunidades de D&I no setor construtivo.

A diversidade e a inclusão (D&I) têm ganhado cada vez mais espaço nas discussões corporativas, e o setor da construção, não fica de fora dessa transformação. Neste novo episódio do C3 Talks, Mariana Deperon, fundadora da Travessia Estratégias em Inclusão, conduziu uma conversa fundamental com Caroline Martins, presidente da Associação Aproxima e Analista de RH da FGMF Arquitetos, e Adriana Mendes, Gerente de RH da Construtora Gafisa, sobre os desafios e oportunidades de D&I nesse setor.

 

A conversa iniciou com as convidadas compartilhando suas trajetórias e o que as motivou a se engajar com a temática. Caroline descreveu sua experiência na FGMF, onde percebeu a falta de representatividade racial na arquitetura, o qual a levou a idealizar o programa Aproxima, voltado para a inserção competitiva de estudantes negros no mercado de trabalho.

 

Adriana, por sua vez, trouxe a perspectiva da Gafisa, onde a implementação de uma política de D&I teve início com a criação de um comitê. Segundo relatou a gestora, no princípio da iniciativa, uma pesquisa interna revelou que a cultura da empresa já demonstrava abertura para a diversidade, mesmo antes da implementação de ações mais estruturadas: “Mais de 80% dos colaboradores enxergavam a empresa como inclusiva. A gente se surpreendeu positivamente”, comentou Adriana.

 

Mariana provocou as convidadas a refletir sobre como trabalhar D&I de forma mais profunda, indo além da superficialidade e do discurso, promovendo ações efetivas nas empresas. Caroline pontuou que, nesse aspecto, a intencionalidade das lideranças é crucial para que a cultura de D&I se enraíze na empresa. “A cultura de uma empresa se estabelece a partir das lideranças até as suas equipes”, explicou.

 

Adriana reforçou a importância da estratégia e do alinhamento da liderança com as ações de D&I.  Ela citou exemplos da Gafisa, que atualmente possui 45% dos seus cargos de liderança ocupados por mulheres, em uma marca muito acima da média no setor construtivo, onde predomina a presença masculina.

 

O programa Aproxima foi outro destaque trazido pela conversa. Oferecendo estágios rotativos para estudantes de arquitetura negros, o projeto tem entre seus objetivos promover experiência profissional, capacitação e desenvolvimento de repertório cultural.  “Não basta ser o único. Nós queremos representatividade no setor”, declarou Caroline, enfatizando a visão de promover a inclusão racial no setor da arquitetura. A mentoria e a experiência em diferentes setores da arquitetura também são outros diferenciais do programa que vêm colecionando bons feedbacks dos estudantes atendidos.

 

Na mesma esteira de cases de sucessos, Adriana compartilhou os desafios e oportunidades enfrentados pela Gafisa na implementação de sua política de D&I. A gerente de RH ressaltou a importância da autenticidade e da consistência nas práticas ao longo desse processo, destacando que a empresa optou por construir a cultura internamente antes de divulgar suas ações externamente. “A gente não quer ser affirmative para fora. A gente buscou primeiro ser.”, explicou.

 

Para inspirar outras empresas, as convidadas compartilharam dicas valiosas. Caroline aconselhou a “perder o medo do perfeito” e começar a agir, mesmo que haja o risco de cometer erros.  Adriana complementou recomendando às empresas realizarem um mapeamento que deixe claro o seu momento atual, propondo ações que engajem todos os colaboradores. Ela citou exemplos práticos que tiveram bons resultados na Gafisa, como o mês de combate à intolerância religiosa e a semana da família, que promoveram a conscientização e a conexão entre os colaboradores. “Nós somos plurais, e esses olhares diferentes trazem vantagens para o mundo corporativo”, afirmou.

 

O C3 Talks encerrou com Mariana Deperon parabenizando as convidadas pelos projetos e destacando a importância do encontro realizado: “Estarmos aqui, três mulheres, podendo falar sobre esse assunto; eu acho que já está tendo uma quebra de paradigmas.”  concluiu, reforçando a mensagem de que a diversidade e a inclusão são caminhos essenciais para um setor da construção mais justo e representativo.

 

Assista agora mesmo a entrevista completa, promovida pelo C3 – O Clube da Construção Civil.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.