Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, sem cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

C3 Talks

Arquiteto do Rock in Rio e da Cidade do Samba lança livro sobre seus trinta anos de carreira

livro

João Uchôa projetou estruturas que modificaram a arquitetura de várias cidades. Seu livro, P.A. 11, tem lançamento digital em 16 de junho.

Determinação e talento marcam a trajetória do arquiteto, João Uchôa.

Seus múltiplos talentos revelaram-se desde cedo. Aos 5 anos, pintava quadros, aos nove fez uma exposição com 45 telas a óleo, na juventude dedicou-se ao surfe, à moda e ao teatro. Durante seis anos, foi diretor artístico da TV Búzios e da Rádio Búzios FM. De volta ao Rio no início dos anos 90, o sobrinho do fundador da Estácio – uma das maiores Instituições de Ensino Superior do País – se uniu à tradição familiar na educação, deixando seu legado também na companhia, onde criou o Núcleo de Comunicação e a Faculdade de Cinema da Estácio, no Rio de Janeiro.

Nos últimos 30 anos, a arquitetura autoral tem sido a grande companheira de vida de João Uchôa. À frente da CICLO Arquitetura, ele assina projetos singulares, como os principais palcos e estruturas do Rock in Rio, a Cidade do Samba, o BioParque do Rio (antigo RioZoo), o Bar do Zeca, Centro de Treinamento do Flamengo, Hotel Le Canton e muitos outros. Em 2013 ele projetou o palco da missa do Papa Francisco em Guaratiba, no Rio.

São cenários e edificações que ajudaram a mudar a paisagem urbana em diferentes cidades e espaços públicos.

Essa trajetória profissional agora é contada em livro, reunindo trechos autobiográficos e dicas para jovens arquitetos.

O Portal C3 conversou com o talentoso arquiteto João Uchôa que lança hoje (16/06), sua biografia em formato e-book nas plataformas da Amazon, com patrocínio da Estácio e do Rock in Rio e apoio da Lei de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial de Cultura.

Confira:

livro

Créditos: Divulgação.

Portal C3- O título do livro faz referência a algum momento da sua carreira?

João UchôaSim. PA, ou Projeto de Arquitetura, é a disciplina acadêmica de PROJETO que corre por 10 períodos na formação universitária. O 11 seria o que vem depois do curso da formação acadêmica. A Rua!! Por isso também o “RALAÇÃO” no subtítulo do livro.

Portal C3 – A obra é direcionada para qual público?

João Uchôa – Foi escrita para o público jovem que se relaciona com arquitetura, design, engenharia e entretenimento. Tem assuntos que correm por essas especialidades. Mas deixo claro que o foco do livro é falar sobre a atividade profissional de forma geral. Conceitos como Diplomacia, Crítica, Ética, Time, Amadurecimento e Paciência, entre outros, dão nome a capítulos do livro que tratam muito mais de atitudes do que necessariamente de uma atividade técnica específica.

livro

Espaço Favela, Rock in Rio 2019. Créditos: TV Globo.

Portal C3 – Em 30 anos a arquitetura autoral tem sido sua grande companheira.  Hoje os projetos exigem uma boa aparência do empreendimento para conquistar clientes, residenciais ou comerciais. É uma tendência para o mercado?

João Uchôa – Historicamente, a imagem de um projeto sempre buscou refletir um status de arte e qualidade. Temos monumentos milenares espalhados pelo mundo que são referência e ajudam a contar nossa história. É uma meta buscar uma imagem que comunique os principais conceitos de um produto e que valorizem seu conteúdo. Mas sem nunca esquecer a sua função. Melhor ser feio e funcionar bem do que ser um projeto lindo que não atende ao seu público-alvo e não garante eficiência operacional. Mas acho também que um projeto pode ser uma bela e importante obra de arte. 

livro

Folha gigante que flutuou sobre o Rio Negro durante o Amazônia Live. Créditos: Divulgação.

Portal C3 – Seus projetos ajudaram a mudar a paisagem urbana em diferentes cidades e espaços públicos. Qual a maior dificuldade em idealizar projetos onde existe a conexão entre espaços e pessoas?

João Uchôa – Acredito que todos os projetos devam buscar uma conexão harmoniosa e estimulante entre espaço, seres vivos e o meio ambiente no qual estão inseridos. Isso não quer dizer que teremos que copiar detalhes do entorno. Por exemplo, o Museu Guggenheim de Bilbao não tem nenhuma relação com a arquitetura de seu entorno. Mas a forma de uma escultura gigante garantiu os objetivos de alavancar a marca e a imagem da cidade. O fluxo de turistas cresceu vertiginosamente e novas e impactantes obras se seguiram na cidade. Como uma Inhotim urbana em grande escala. O Centro Cultural Georges Pompidou, em Paris, é outro exemplo de como a arquitetura, o design e a arte funcionam como excelentes instrumentos de prosperidade cultural para uma cidade.

Portal C3 – Atualmente o que o mercado exige do novo profissional de arquitetura?

João Uchôa – O mercado sempre vai abraçar profissionais que sejam trabalhadores, responsáveis, ágeis, corretos, confiáveis, de relacionamento fácil e que gostem do que estão fazendo. Serve para qualquer profissão. Mas é preciso também aprender a se relacionar com terceiros, de preferência ser uma pessoa agradável, que sabe ouvir críticas com facilidade, sem vaidades pessoais e que sabe escolher o que é bom para o produto que ele esteja envolvido. Tudo isso é mais importante que talento na hora de conquistar o mercado. Na rua, é preciso aprender a lidar bem principalmente com as pessoas. Ainda são elas que fazem as coisas acontecerem. 

livro

Créditos: Divulgação. 

Portal C3 – Qual a situação dos seus projetos em meio à pandemia e a quarentena? O que um profissional aprende com as dificuldades inesperadas (Covid-19)?

João Uchôa – Com o início da quarentena, alguns negócios pararam, outros surgiram e continuamos tocando os nossos projetos internos. Apesar da situação muito triste das perdas, não podemos desistir. Vivemos em um país em desenvolvimento  com uma infraestrutura precária e níveis de educação lamentáveis, o que só piora a situação. Mas todos temos filhos, parentes e amigos. Precisamos seguir na nossa caminhada e poder fazer o melhor da nossa capacidade para superar as crises. Em 30 anos de escritório, já sobrevivi a várias crises. Muitas vezes saímos desgastados e com um passivo enorme de pendências econômicas e sociais a serem resolvidas. O que só prorroga os momentos de crise. Mas não podemos desistir nem nos deixar abater. Temos que arregaçar as mangas, estender as mãos para os que nos cercam e seguir celebrando a vida. Com respeito, consciência e paixão, vamos retomar as nossas atividades e certamente, melhores um pouco. São lições que tiramos da crise. 

Tecnicamente, ganhamos muito com a descoberta do enorme potencial do que temos nas mãos.  Os telefones celulares e as redes de comunicação se ligaram como nunca antes foi experimentado.  Reduzimos o volume de deslocamento e ganhamos em qualidade de vida. Esse formato de operação de empresas e negócios vai ficar. As reuniões presenciais vão cair de moda. Será uma estupidez uma empresa autorizar um “bate-e-volta” do Rio para São Paulo. Basta apertar um botão de casa mesmo e será bem recebido na reunião. Isso pode mudar totalmente o conceito de fluxo dentro de uma cidade. Precisamos reduzir o espaço das ruas reservados para veículos e substituir por calçadas largas, parques e ciclovias. Considero o carro um dos grandes vilões das grandes cidades. Hoje eu vejo mais um instrumento para o cidadão voltar a ter espaço para caminhar com conforto e sobra para se deitar sob as árvores. 

Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.