Por Paulo Oliveira/construção modular
Na era da impressão 3D, realidade virtual e aumentada, BIM, IoT, automação, robôs e drones autônomos e ainda, do uso crescente de aplicativos voltados à produtividade e controle da gestão de projetos, logística e produção, o modelo tradicional de construção de hotéis, hospitais, shoppings, escolas, laboratórios, indústrias e edificações comerciais e residenciais está gradualmente dando lugar a sistemas de construção industrializados e ao subgrupo denominado construção modular.
Essa mudança se fundamenta no combate ao desperdício, à ineficiência na gestão de interfaces e à realização de tarefas que requerem empenho de grande quantidade de mão de obra, com atrasos em cronogramas e impacto direto nos custos dos empreendimentos. Outra limitação da construção convencional, caracterizada por uma grande operação de “artesanato construtivo” é que ela não reponde elasticamente a aumentos expressivos de demanda, sobretudo em períodos de alto nível de atividade.
Já mostramos em artigos anteriores que pesquisas e relatórios recentes, como o da McKinsey, de 2017, “Reinventing Construction: a Route to Higher Productivity”, que a construção que emprega 7% da população mundial e gasta, anualmente, US$ 10 trilhões em bens e serviços está na rabeira, puxando para baixo a produtividade global! Desde 1945, a produtividade nos setores de manufatura, varejo e agricultura nos EUA cresceu 1.500%. Por outro lado, na indústria da construção ela pouco aumentou. Isso é um enorme incômodo e tem custado muito caro para a economia mundial.
Como resposta direta à necessidade de aceleração da industrialização da construção, buscando eficácia, qualidade e maior controle de custos e prazos, empreendimentos de sucesso tem adotado uma abordagem de linha de fabricação/montagem industrial, incluindo a integração da cadeia de valor, para a construção de edificações.
Neste cenário a construção modular ganha um espaço de destaque, com atividades de manufatura em ambiente de fábrica (off-site) e trabalho de montagem na obra (on-site) semelhante ao encaixe de blocos de Lego. Isso permite a exploração de técnicas utilizadas em fast-track construction, como a execução simultânea de atividades on-site e off-site. Um exemplo é a execução da infraestrutura e das fundações no local da obra, enquanto painéis de fechamento, banheiros prontos e componentes industrializados são produzidos na fábrica.
A construção modular tem chamado atenção como uma transformação relevante na maneira como o mundo constrói, eliminando o estigma das “casas pré-fabricadas”, ganhando terreno em nichos e segmentos importantes como casas e apartamentos de luxo, prédios comerciais, hotéis, hospitais, operações de senior living e student housings, dentre outras aplicações. Tem sido comum que empreendimentos projetados e construídos através de construção modular sejam concluídos até 1/3 do tempo do que o necessário para os edificados usando técnicas de construção tradicional. Conforme a tipologia da edificação e a escala, ganhos de prazo e de custo muito mais relevantes poderão ser obtidos, permitindo a fabricação e montagem de uma casa em poucas semanas ou até mesmo em alguns dias. Isso para não entrarmos numa seara extrema como as “fábricas de casas” japonesas que confeccionam uma unidade em horas, obviamente numa escala de produção considerável.
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