Na semana passada Sinduscon-SP e AsBEA-SP realizaram um evento para discutir os caminhos da construção industrializada no Brasil. Considerado um evento significativo por todos do setor, trouxe uma reflexão importante envolvendo diversos elos da cadeia que estão trabalhando em sinergia para este crescimento, entre eles o movimento Brasil Viável.
O seminário, que aconteceu no auditório do SindusCon -SP, foi aberto por Odair Senra, presidente da entidade, que destacou que boa parte construtoras tem adotado “os projetos e as tecnologias construtivas que trazem inúmeros benefícios em termos de qualidade e produtividade. Entretanto, ainda esbarramos em dificuldades para adotar a industrialização na construção residencial. A busca da superação dessas dificuldades uniu a AsBEA-SP e o SindusCon-SP num movimento para viabilizar essa industrialização e torná-la irreversível.”
A seguir Milene Abla Scala, presidente da AsBEA-SP, afirmou ser o papel das entidades catalisar as iniciativas, articular os elos da cadeia produtiva rumo à industrialização e disseminar a transmissão de conhecimentos. “Temos a certeza de que os benefícios da adoção da industrialização na construção residencial são maiores que as dificuldades enfrentadas para sua implementação”, destacou. Ela ainda assinalou a importância desta industrialização no retrofit, que a seu ver precisa ter prioridade nesta agenda, revitalizando os centros urbanos e proporcionando maior qualidade de vida aos seus moradores.
Uma tarde de muito conteúdo
Quem abriu os trabalhos foi Paulo Oliveira, CEO da Aratau e presidente do Conselho do C3 que falou sobre o cenário atual econômico e político, bem como o contexto setorial e que reafirmou que só a industrialização da construção conseguirá dar conta da meta de redução do déficit habitacional, pelo aumento da rapidez na construção e do aumento da produtividade.
Logo a seguir foi a vez do primeiro painel com as iniciativas do setor e coube a José Marcio Fernandes, da TecVerde Engenharia, apresentar o movimento Brasil Viável, em favor da construção industrializada, que conta com o apoio do C3- Clube da Construção Industrializada e pelo Enredes do CTE.
Elencou as dificuldades para sua adoção, como: ausência de programas de governo estruturados voltados à industrialização; aumento dos preços dos insumos em descompasso com a evolução da renda das famílias; elevada tributação; insegurança jurídica; burocracia; códigos de obras com exigências construtivas diferentes a cada município; oferta limitada de financiamentos; divulgação das tecnologias nas universidades e reformas estruturais.
Para avançar, o movimento pretende criar o CUB da construção industrializada; fomentar a contratação de financiamentos; criar grupos de trabalho para formular ações com vistas a vencer os demais desafios, e divulgar e trazer mais empresas e entidades para apoiarem o movimento.
No 2º. painel tivemos a participação das empresas que já atuam no setor contando seus cases. Mais uma vez o Brasil Viável estava representando, uma vez que Luiz Henrique Ceotto, sócio da Urbic Incorporadora e da Tecnoeng também é um dos participantes do movimento Brasil Viável. Inspirado pela indústria automotiva, Ceotto apresentou uma metodologia desenvolvida para a construção rápida de edifícios em pequenos terrenos em até dois anos desde a compra do terreno. Utilizando o BIM, desenvolve-se o projeto em um mês e se faz a aprovação em quatro meses pelo Aprova Rápido. A construção dura até 14 meses e a conclusão e entrega, em dois meses.
Para Odair Senra, presidente do Sinduscon-SP, “o seminário sobre industrialização da construção residencial teve grande importância neste momento em que a construção civil está sendo desafiada a elevar sua produtividade. Estamos atravessando uma fase em que os custos da construção se elevam mais do que a variação da capacidade de aquisição das famílias. Ao mesmo tempo, enfrentamos dificuldades crescentes em contratação de mão de obra. Nesta perspectiva, a trajetória para a industrialização da construção é irreversível e iniciativas como a do Brasil Viável contribuem consideravelmente para esta finalidade.”
Já Paulo Oliveira destacou que o evento foi um marco para a Construção Industrializada no Brasil. O Sinduscon- SP e a AsBea-SP fizeram um gol de placa, e o painel de debates sobre as iniciativas que existem como Brasil Viável, Construa Brasil e Aliança Modular, mostrou sinergia e congruência de ideias. Foi um passo muito importante para se destacar a urgência do crescimento da construção modular e off-site para o setor.
Realmente a Construção Industrializada é cada vez mais a resposta do setor as necessidades futuras para o Brasil.
Assista ao vídeo do Movimento Brasil Viável.
https://www.youtube.com/watch?v=4MEwZjH6Bbk&list=PLzfBJUD4s_kX0C5sjWOJ97pKRzj_EcqS8