No Brasil são mais de 82 milhões de toneladas de lixo produzidos, sendo a Construção Civil um dos grandes geradores de resíduos e por conta disto cada vez mais empresas vêm adotando o conceito Cradle to Cradle (do berço ao berço).
Para quem ainda não conhece o termo Cradle to Cradle tem sua origem em um livro-manifesto publicado em 2002 pelo arquiteto americano William McDonough e pelo engenheiro químico alemão Michael Braungart, que veio a se tornar uma das obras mais influentes do pensamento ecológico mundial.
Como os números da construção civil referentes a produção de resíduos chega a quase 50 milhões de toneladas/ ano no Brasil e formado por materiais tipo: tijolos, azulejos, vidro, gesso, madeira, plástico, tintas, solventes, pincéis, telhas, enfim, tudo aquilo que faz parte de uma obra, é natural que as empresas comecem a buscar soluções que inclusive estão alinhadas com pautas como as Certificações Verde e ESG.
Por isso cada vez mais empresas vem adotando o conceito de economia circular e logística reversa, um instrumento que tem como principal objetivo fazer com que os resíduos recicláveis retornem para o ciclo produtivo – ou que, na impossibilidade disso acontecer, eles sejam destinados corretamente.
E quem ganha com isso? “De um modo geral, o meio ambiente e a economia. Veja o trabalho que deu pra tirar esse material da natureza, o petróleo que foi utilizado para a produção de polímeros plásticos, por exemplo. Por que não reaproveitar? E no caso da logística reversa de embalagens, você tem uma gigantesca cadeia de associações e pessoas que ganham a renda delas com o material reciclável”, explicou Rafael Cesar da Costa, coordenador de Projetos do Instituto Paranaense de Reciclagem (InPar), uma entidade sem fins lucrativos que trabalha com sistemas de logística reversa de embalagens pós-consumo.
Previsto em lei
Desde 2010, com a promulgação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, empresas de determinados setores passaram a ter a obrigatoriedade de aderir a sistemas de logística reversa. “A Política Nacional de Resíduos, no artigo 33, determinou a obrigatoriedade para alguns setores específicos, como de embalagens de agroquímicos, que já possuíam leis anteriores, além de pneus, embalagens de óleos lubrificantes, lâmpadas, pilhas, baterias e eletroeletrônicos”, detalhou Rafael.
Existem diferentes formas de promover a logística reversa. A mais conhecida do público é através da instalação de pontos de coleta voluntários, que podem ser implantados nos pontos de venda ou até mesmo em outros locais em que a população tenha acesso. Como é possível perceber, o consumidor também tem sua parcela de responsabilidade para que a cadeia de reciclagem seja de fato completa. Neste sentido diversas construtoras disponibilizam em seus canteiros pontos para que a população também possa contribuir e criando uma cultura C2C (sigla pela qual é conhecido a logística reversa)
Quando há dificuldade de recuperar o material reciclável, há outras alternativas que permitem o investimento nessa cadeia, como a compensação ambiental. A empresa ou indústria que aderiu a um sistema de gestão de resíduos e logística reversa informa a quantidade de material colocado no mercado. A partir disso é feito um cálculo que define uma cota a ser paga e investida nesse sistema, através do fortalecimento de associações de catadores por meio da compra de equipamentos e investimento na infraestrutura ou em ações de educação ambiental.
No C3- Clube da Construção Civil temos diversas empresas que já atuam com este conceito. Tanto construtoras como Tegra e Maximo Aldana, disponibilizando pontos de coleta para a população do entorno de suas obras, como fabricantes como Ibratin e Tarkett, que vem desenvolvendo projetos específicos para reciclagem do material.
Nós do C3- Clube da Construção Civil ficamos felizes por perceber que cada vez mais a Construção Civil se torna verde.