Depois de uma semana tensa por conta da Evergrande, outra incorporadora coloca o mercado imobiliário chinês em alerta.
Agora os olhos se voltam para a empresa Fantasia Holdings que não cumpriu o reembolso de 205,7 milhões de dólares previsto para segunda-feira, informa um comunicado desta empresa com sede em Shenzhen (sudeste da China).
Além disso, a empresa de gestão imobiliária Country Garden Services Holdings indicou que uma subsidiária da Fantasia não pagou um crédito de 700 milhões de yuans (108 milhões de dólares) e apontou para uma possível falência da incorporadora.
Tudo isso acontece enquanto o mercado aguarda notícias da gigante Evergrande, que na segunda-feira suspendeu a cotação na Bolsa de Hong Kong e prometeu o anúncio de uma “grande transação”.
Fantasia é uma empresa de menos peso, mas seus problemas confirmam as preocupações sobre a saúde financeira do setor imobiliário na China.
Crédito: DivulgaçãoA agência de classificação Fitch rebaixou na segunda-feira a nota da dívida da Fantasia para “CCC-“, uma avaliação que estabelece a falência como uma possibilidade.
A Fitch indica que a “situação de liquidez da empresa pode ser mais difícil do que o esperado anteriormente” e coloca em dúvida a transparência do grupo e outra empresa imobiliária chinesa, a Sinic Holdings que possui forte atuação em Singapura teve sua nota rebaixada também.
Toda esta instabilidade gera um certo desconforto ao governo chinês já que a construção civil corresponde a 30% das vagas do mercado de trabalho, ou seja, extremamente necessária.
Outro fator que chama a atenção é o quanto o mercado imobiliário chinês é atípico pois quase 90% dos cidadãos são proprietários de suas casas. Em termos de comparação, somente 65,3% dos americanos e a 51,1% dos alemães possuem casa própria. No Brasil a taxa é de 66,4% de domicílios próprios segundo o IBGE.
O Brasil segue atento a estes movimentos, já que a China é uma das nossas maiores importadoras é uma diminuição das nossas exportações pode prejudicar nossa economia.